é tanto, é muito, até pode ser demais.

Guardo apenas a tua fotografia, e uma saudade bonita.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010


Um dia a maioria de nós irá separar-se.
Sentiremos saudade de todas as conversas atiradas fora, das descobertas que fizemos, dos sonhos que tivémos, de tantos risos e momentos que partilhámos.
Saudades até dos momentos de lágrimas, de angústia, das vespéras de fim de semana, dos finais de ano, enfim, do companheirismo vivido.
Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre. Hoje já ñ tenho tanta certeza disso.
Em breve cada um vai para seu lado, seja pelo destino ou por algum desentendimento, segue a sua vida.
Talvez continuemos a encontrar-nos, quem sabe... Nas cartas que trocaremos!
Podemos falar ao telefone e dizer algumas tolices... Aí os dias vao passar, meses, anos .. até este contacto se tornar cada vez mais raro.
Vamo-nos perder no tempo.
Um dia os nossos filhos verao as nossas fotografias e perguntarao: "Quem sao aquelas pessoas?"
Dizemos que eram nossos amigos e isso vai doer tanto. Foram meus amigos, foi com eles que vivi tantos bons anos da minha vida. A saudade vai apertar bem dentro do peito.
Vai dar vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente...
Quando o nosso grupo estiver incompleto, reunir-nos-emos para um último adeus a um amigo.
E, entre lágrima abraçar-nos-emos.
Então faremos promessas de nos encontrar, mais vezes daquele dia em diante.
Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vida, isolada do passado.
E perder-nos-emos no tempo…..
Por isso fica aqui um pedido deste humilde amigo: Nao deixes que a vida passe a branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades.
Eu poderia suportar, embora nao sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enloqueceria se morressem todos os meus amigos.

Fernando Pessoa. "Amizade"

sábado, 18 de dezembro de 2010

de tanto te procurar.


Gosto tanto de estar contigo, e sabes tanto como eu, que também gostas, mesmo que te faças de fingido. Gosto de estar contigo, com amigos, sem amigos, a almoçar, nos jantares, quando estou mal-disposta, quando me irritas e só me apetece chamar-te besta, porque realmente de vez em quando é o que tu és, admite. Acredito que quando alguém aparece na nossa vida, ou é porque nos vai fazer mal ou é porque nos vai fazer bem. Entre nós nao há pesos nem amarras, digo-te o que tenho a dizer e agradeço que faças o mesmo, e quando estamos em silencio nao quer dizer ausencia, eu entendo perfeitamente o que me dizes quando me olhas assim, e sabes perfeitamente que perco o controlo. Odeio-te.
Quando da primeira vez lançei os dados, nunca soube no que iria dar, somos amigos, somos cumplices, somos interessantes, mas tu até podias ser um assassino fora de série e eu uma neurótica disfarçada, mas nao, por acaso até somos pessoas normais, temos dois ou tres principios que nos fazem estar bem com a vida e com os outros.
Só tenho pena de nao ser dona do tempo, porque sabes bem, que houve momentos em que queria ter vivido mais devagar, ou mais vezes, como quando saboreio, num final de tarde sentadinha no meu sofá, um chá de tilia, que adoro. E como estou a ficar louca com todos estes desvaneios, vem ter comigo hoje, hoje, amanha e vem quando quiseres.
beijo no teu coracao, e amanha á mesma hora